Função Endotelial e Aterosclerose
O endotélio e as
células endoteliais funcionam como se fossem transductores, receptores
distintos de sinais que são colhidos na circulação e depois vão, através da sua
função, modular os efectores do vaso. O efector mais importante do vaso é a sua
camada muscular que permite que contraindo haja vasoconstrição e que dilatando
haja vasodilatação. A camada muscular pode
ser maior ou menor: imaginando dois vasos com o mesmo calibre e a mesma
estrutura, que sejam submetidos a um mesmo estímulo que provoque a contracção
da camada muscular, a diminuição do calibre vascular é tanto maior quanto maior
for a camada muscular. A camada muscular pode ser maior ou menor
percentualmente na parede do vaso e isso tem implicações na função final. O endotélio colhe
então a informação da circulação e vai levá-la até à parede vascular de modo a
que a parede vascular se adapte àquilo que são as condições hemodinâmicas em
cada um dos territórios.
Disfunção Endotelial (Aterosclerose)
O sangue que percorre
no interior dos vasos sanguíneos, gera um atrito com as paredes do tecido
endotelial por onde passam. Deste atrito há um aquecimento e consequentemente
radicais livres de oxigênio (RLOs) são liberados no sangue. No sangue também
temos a lipoproteína transportadoras de colesterol, a LDL. E esta acaba sendo
oxidada pelo RLOs, se transformando em LDLóxi. Após oxidação, o LDLóxi penetra
na camada subendotelial e lá monócitos são atraídos e que sofrendo algumas
modificações se transformam em macrófagos. Com o acúmulo de lípidis no interior
do tecido endotelial, os macrófagos começam a fagocitar as moléculas de LDL, incorporando gordura ao
citoplasma e aumentando seu volume. Essa mudança de morfologia celular
caracteriza as células espumosas, então chamadas de Foam Cell. . O acumulo
crônico de células espumosas causa a deformação da parede do vaso, estreitando
a luz e formando uma placa aterosclerótica (ao longo de décadas de vida).
Além disto, as células espumosas produzem uma enzima conhecida como MCP1, que
faz aumentar a produção de monócitos e agravando o caso. Com este aumento da
parede (Ateroma ou Placa Aterosclerótica) também há um aumento de estresse por
cisalhamento, causando então mais atrito e consequentemente mais RLOs serão
jogados na corrente sanguínea, podendo desencadear mais casos de ateromas ao
longo dos vasos. O aumento de um ateroma pode causar o rompimento da parede do
vaso. Sendo assim o colágeno, que tem muito afinidade por plaquetas, acaba por
atraí-las e criando um acúmulo junto ao rompimento. Por as plaquetas possuírem
uma função coagulante, o acúmulo começa a coagular e então trombos são
formados. Podendo causar isquemia e infartos. A prática regular
de atividades físicas reduz o acúmulo de gordura e altera o conteúdo do sangue
circulante, principalmente em relação a proporção LDL e HDL. O treinamento,
sobretudo aeróbio, provoca a gradual remoção da placa de gordura já formada,
devido a ação do HDL. Cronicamente o exercício promove a diminuição do estresse
oxidativo devido ao aumento das enzimas antioxidantes, adaptação desse sistema,
tornando-o mais eficiente.
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