METABOLISMO DO EXERCÍCIO
Transformações de energia:
Para todas as
atividades cotidianas o nosso corpo necessita de energia. Esta energia não pode
ser criada, e sim transformada, para isso necessitamos de uma fonte proveniente
de energia que dentro do nosso corpo sofrerá alguns processos e será
transformada em energia química,
mecânica, elétrica e térmica.
No corpo
humano a moeda fundamental de energia é o ATP (trifosfato de adenosina) que
como o próprio nome já diz, é uma adenosina ligada a três elementos fosfato. O
corpo humano precisa em média de 190 Kg de ATP por dia, em repouso, será que
temos tudo isso de ATP estocado em nosso corpo para consumo? A resposta é não e
a forma de obtenção desse ATP para
suprir esta demanda é o que estudaremos a seguir.
Para suprir a
demanda energética do corpo o organismo possui uma sequencia de reações
quimicas chamadas rotas metabólicas, nas quais utilizam um determinado
substrato energético a fim de extrair
dele o ATP que dará o aporte energético para a as atividades do corpo. Existem
duas classificações de rotas metabólicas:
Anaeróbia: que utiliza creatina fosfato e glicose como
fonte de energia.
Aeróbia: que
utiliza glicose, lipídios e proteínas como fonte de energia.
Neste primeiro
momento ficaremos com a rota anaeróbia como produção de energia para o corpo.
Como vimos
anteriormente a moeda fundamental de energia do corpo é o ATP, mas como o ATP
fornece energia para o corpo, e como conseguir os 190 kg que o corpo utiliza em
media durante o dia?
No nosso corpo
há uma pequena reserva de um tripeptideo chamado Creatina fosfato, formado por
3 aminoácidos, só pra entender, esse tripeptideo é como se fosse uma proteína
bem pequena. Ele é formado no rim , exportado para o sangue e captado pelo
músculo. Ele sofre fosforilação (é adicionado um fosfato) a partir da quebra de
um ATP.
Agora vamos
entender como o ATP com a ajuda da creatina fosfato consegue liberar energia e
ressintetizar ATP através da via anaeróbia:
O ATP é
quebrado liberando energia para a contração muscular e formando uma molécula de
ADP+ um fosfato livre na célula, para ressintetização desse ATP é necessário um
consumo energético . A molécula de ATP
se regenera a partir do ADP que está livre na célula e uma molécula de
fosfocreatina (ou creatina fosfato), pela
reação da enzima creatina cinase (que é sensível ao ADP que lhe torna ativa),
na qual forma uma molécula de ATP e outra de creatina. A fosfocreatina vai clivar e doar o seu grupo
fosfato para o ADP, regenerando uma molécula de ATP para ser utilizada como
energia.Assim teremos uma molécula de ATP que vai ser utilizado como energia
rapidamente novamente. O estoque de fosfocreatina é limitado por isso essa via
metabólica é utilizada para exercícios vigorosos e de rápida duração.
Glicólise aeróbia:
Na
via metabólica aeróbia o corpo pode utilizar diversas fontes para síntese de
ATP que será o combustível energético
para a atividade, como: lipídios, proteínas e novamente o carboidrato. O metabolismo aeróbio é capaz de sintetizar
uma grande quantidade de ATP através destes nutrientes, o que mostra que é o
metabolismo utilizado em exercícios de longa duração. Agora entenderemos como
essa via metabólica funciona.
Na
via metabólica aeróbia da glicose a célula não vai utilizar o glicogênio
estocado nos tecidos como fonte de energia
e sim a glicose presente na corrente sanguínea. Para isso será
necessária a ação do hormônio insulina que capta a glicose na corrente
sanguínea e transporta para dentro das células. A insulina se liga a seu
receptor de membrana e a partir de uma cadeia de eventos, os receptores IRS ((Insulin
Receptor Substrate)) ativam a proteína AKT que transloca a vesícula
citoplasmática que contem GLUT4 (Glucose transporter type 4) até a membrana
celular o que possibilitará a entrada de glicose para dentro da célula.
A
partir da entrada de glicose na célula esse substrato precisa ser quebrado em
uma série de reações para síntese de ATP. Quando entra na célula a glicose já
sofre uma transformação que gasta uma molécula de ATP e é tranformada em
Glicose-6-fosfato (G-6-P). a partir disso é convertido novamente em
Frutose-6-fosfato (F-6-P) e sofre ação da enzima Fosfofrutoquinase (PFK), que
quebra a F-6-P em Frutose-1,6-difosfato, que a grosso modo seria como dividir a
F-6-P em dois, essa ação enzimática consome uma molécula de ATP.
A
partir da Frutose-1,6-difosfato são formadas duas moléculas de 3
Difosfoglicerato (3 DPG) Que será oxidado e seu produto final será o piruvato.
Nessa reação será produzido duas
moléculas de ATP e uma de NADH, tendo como rendimento duas moléculas de ATP, já
que gastou duas e formou quatro.
O
piruvato é um composto orgânico que contem 3 atomos de carbono e é o produto da
quebra da glicose. A partir do piruvato podemos produzir a ressintese de
alanina, oxalacetato Acetil Coenzima A (AcCoA) e lactato. Primeiramente
estudaremos a entrada do piruvato na mitocôndria para produção de energia. O
piriruvato entra na mitocôndria através de proteínas carreadoras por difusão
facilitada. A proteína que carrega o priruvato pra dentro da mitocôndria é a
NCT e a velocidade da entrada do piruvato pela ação da proteína NCT vai
depender da quantidade dessa proteína na mitocôndria, uma vez que quando há
saturação do transportador a reação de transporte chega a sua velocidade máxima
e estabiliza. Quando há a saturação e o piruvato não é mais transportado ele
segue um caminho diferente e é transformado em lactado por ação da enzima LDH
que é sensível a concentração de piruvato no citoplasma. Com o treinamento
físico, é possível obter aumento do numero e do tamanho das mitocôndrias.
RESUMO
FONTE DE ENERGIA ATP (imediata)
Localização:
sarcoplasma;
Fadiga
devido à: depleção do fosfato;
Força:
muito alta;
Intensidade:
muito alta;
Tempo
para fadiga: muito curto
GLICÓLISE ANAERÓBIA
Combustível
utilizado: carboidratos;
Localização:
sarcoplasma;
Fadiga
devido à: acúmulo de lactato;
Força:
alto/moderada;
Intensidade:
alto/moderada;
Tempo
para fadiga: curto/médio;
GLICÓLISE AERÓBIA
Combustível
utilizado: carboidratos, gorduras e proteínas;
Localização:
mitocôndria;
Fadiga
devido à: depleção de glicogênio;
Capacidade:
sem limite;
Força:
moderada/baixa;
Intensidade: moderada/baixa;
Tempo
para fadiga: médi
FONTE DE ENERGIA IMEDIATA
FONTE DE ENERGIA AERÓBIA E ANAERÓBIA
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