Lipólise (Parte 2)
O tecido adiposo
possui como função: servir como fonte de energia e como isolante térmico. Ele
existe em toda camada subcutânea (algumas localidades com mais ou menos concentração) e na parte visceral do corpo
humano. O processo no qual há a quebra de
lipídios do tecido adiposo é conhecido como Lipólise.
A gordura é
armazenada em forma de triglicerídeos no tecido adiposo:
Células adipócitas
são compostas por vários Triglicerídeos (TAG):
Antes da liberação de
energia pela gordura, a molécula de triglicerídeo é hidrolisada no citosol da
célula em seu componente glicerol e três moléculas de ácidos graxos. No nosso
organismo possuímos dois tipos de enzimas que agem no processo de quebra e
síntese dos Triglicerídeos. A primeira, responsável pela quebra de molécula, é
a Lipase Hormônio Sensitiva. Por ser sensível ao hormônio Glucagon, e este ser
estimulado pelo sono, é quando estamos dormindo que realizamos a quebra dos
triglicerídeos.
Já a segunda enzima,
responsável pela síntese do triglicerídeo, é a Lipase Lipoproteica. Por ser
sensível à Insulina, e esta ser estimulada ao se alimentar. É quando estamos
nos alimentando, que realizamos a deposição de Triglicerídeos.
Após a degradação dos triglicerídeos, os
ácidos graxos e o glicerol irão para a circulação sanguínea, porém o glicerol
não é aproveitado totalmente no tecido adiposo, já que não possui quantidade
necessária de enzima (glicerolquinase) para resintetizá-lo, e grande parte
serão captadas pelo fígado onde será utilizado como precursor da
gliconeogênese.
Já os Ácidos Graxos Livres (AGL) são
liberados e serão utilizados como fonte de energia. Por isso deverão ser
degradados nas Mitocôndrias e para isto deverão ser levados até elas. Ao se
difundirem dos adipócitos para a corrente sanguínea, fixam-se na albumina
plasmática. Então são levados para os tecidos ativos, afim de serem
metabolizados, para obtenção de energia. Ao se aproximarem de suas células
alvos, os AGL´s são transportados por difusão facilitada por proteínas
transportadoras de AGL´s (FAT/CD36 e FABP). Já dentro da célula o AGL se
juntará ao Acil, juntamente com uma liberação de energia (ATP). Formando então
o Acil CoA.
O Acil CoA é levado até a matriz
mitocondrial, para que seja feita sua oxidação. Porém a membrana interna da
mitocôndria é impermeável a coenzima A e a acil-CoA. Para a introdução dos
radicais acila na matriz mitocondrial, é utilizado um sistema específico de
transporte na face externa da membrana interna. Dentro da Mitocôndria existe a
Carnitina. Ela entra no CAT1, se acilila com o AcilCoa e sai como
Acilcarnitina. Posteriormente leva o Acil até o CAT2 e é desacilada,
tornando-se disponível para se acilar novamente e gerando um ciclo. Portanto
sua função nada mais é, que carregar o AcilCoa para dentro da Mitocôndria.
O fracionamento do Acil CoA prossegue na
mitocôndria, sendo este processo chamado de Beta Oxidação (β – Oxidação).
Durante as reações químicas da oxidação, a molécula do Acil CoA é clivada
sucessivamente em fragmentos de acetil com dois carbonos ao longo da longa
cadeia de dezesseis carbonos. Cada clivagem irá gerar um NADH e um FADH, o que
no total serão 5 ATP. Como resultado desta clivagem irá se formar um Acetil CoA
irá penetrar no Ciclo de Krebs para sofrer um metabolismo adicional e então
formará: três NADH, um FADH, um ATP, totalizando um formação de 12 ATP totais
desta reação. Quando a cadeia do Acil CoA restar apenas quatro carbonos, então
a molécula irá se fracionar novamente, formando então mais dois Acetil CoA e
posteriormente mais dois Ciclos de Krebs.
Este sistema é bioquimicamente complexo,
lento, mas de alto valor energético.
Nenhum comentário:
Postar um comentário